quarta-feira, 8 de julho de 2009

A Valsa da Neve

Hades, Hades, Hades
porque flutuas pelas cabeças e
entras por cavidades inóspitas.
Me lembras os frios áridos e gélidos de teu Criador,
força arrebatadora que carregas contigo.

Diferente és por seres fogo,
chama ardente de desejos,
difícil de tocar como és o sopro gelado de Cronos,
embora ambos sejam fáceis de ser sentidos.

Tanto o frio quanto o calor,
possuem em sua denominação,
em sua palavra
uma estátua e um moinho.

Ouça a melodia de ser
frio calor
Frio... calorRRRR
Frio... caloRRRRRR
Frio... caloRR

A última volta do “erre” final quente de calor
esbarra no constante “Efe”
Estações Inverno e verão que formam a Valsa da Neve.
Branca
como dias de nuvem no céu.
Amarelo
Como brilhos ofuscantes na água.

É possível escutar sua melodia,
sua canção.
Toques de cristal ecoando pela imensidão da neve.
Durante o inverno as distâncias parecem enormes,
mas os sons se propagam com maior facilidade.

Escutas o leve tilintar das geleiras se desfazendo,
estalactites caindo, fazendo um sonoro agudo em teus ouvidos.
São como sinos em dia de batismo,
anunciando a estação vindoura

São novas emoções
novos caminhos a serem traçados por essa nova estação
que desponta seus raios,
aos poucos iluminando a neve,
se desfazendo de toda a textura
fria e sombria do inverno.

Num piscar se desfazem de toda a dor,
se entregando ao calor arrebatador do verão.
Inclusive os pássaros percebem essa transformação,
lenta quando se olha no espelho,
fulminante quando se toca.

A doçura da estação se mistura a liberdade de roupas leves
sem trançados nem cadeados
O vento discorre livre e solto sem sequer momento algum incomodar, refrescando a mente
esvaziando rios em pensamentos.

Rios que juntos desembocam no mar
a alegria da estação bem-vinda
completam a paisagem,
formando um quadro completo
dessa longa travessia.
Dessa valsa
A qual nunca termina.